Maurice de Hirsch foi um judeu alemão que fez parte do nascimento da economia moderna na Europa. Nasceu na Bavária em 1831 e morreu na Hungria em 1896. Casou-se com Clara Bischoffshein, com quem teve um filho legítimo e uma filha adotiva. Viveram na França, na Inglaterra, no Império Austro-Húngaro e na Turquia. Seu avô foi o primeiro judeu a ter terras na Bavária. Seu pai, um banqueiro do rei da Bavária, recebeu o título de Barão em 1869. Aos 17 anos começou a trabalhar, se associou a casas bancárias, trabalhou em concessões de estradas de ferro, com açúcar e cobre, entre outros feitos construiu o famoso Orient Express. 

Clara Hirsch também era filha de banqueiros, e juntos construíram uma fortuna. Dedicou boa parte de sua vida e recursos à idealização de projetos filantrópicos, como hospitais, universidades e casas de abrigo para jovens moças, interessadas em aprender, estudar e trabalhar, o que até então não era permitido por muitas famílias.

O casal foi profundamente marcado pela pobreza e perseguição vivida pelos judeus no Leste Europeu no final do século XIX, e com a morte precoce de seu único filho, Lucien, decidiu eleger os judeus deserdados do mundo como seus herdeiros, se tornando, assim, responsáveis por um dos planos mais audaciosos de toda a história!  

Em 1892, o Barão de Hirsch fundou a ICA – Jewish Colonization Association, considerada até 1978 a maior fundação filantrópica do mundo, que colocou em prática seu plano de comprar terras em países livres, sem histórico de antissemitismo, para instalar comunidades judias e financiar emigrações em massa. Desta forma, ao lado da esposa Clara, viabilizou a emigração de milhares de famílias judias da Rússia para estabelecimentos agrícolas inicialmente na Argentina, depois no Brasil, Canadá, EUA, entre outros países.

O Barão de Hirsch acreditava que oferecendo-lhes as ferramentas para trabalhar na terra e estudo, estaria “libertando-os e transformando-os em cidadãos  completos e capazes  de enriquecer a humanidade de uma maneira nova e preciosa”!